domingo, 24 de maio de 2009

Um amor chamado Rocinha




Kátia Simone de 37 anos, nascida em Queimadas no estado da Paraíba,moradora da favela da Rocinha aproximadamente quinze anos. Ao ser questionada sobre as obras do PAC, ela nos diz estar muito esperançosa pois mais de 30 mil famílias serão beneficiadas com a instalação de redes de água, esgoto e drenagem. Nessa foto ela se encontra na casa da sua irmã, que fica ao lado da construção de uma creche e um centro hospitalar. As obras de urbanização que tiveram início em três favelas da cidade: Complexo do Alemão, Manguinhos e Rocinha somaram R$1,14 bilhões, dos quais R$838,4 milhões foram recursos federais. Mas o projeto na Rocinha engloba também um complexo esportivo,um centro de integração com restaurante,usina de reciclagem e um elevador que vai ligar o pé do morro á via Sul.


Fotografia e Texto:Fausto Eduardo

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Passarela da Rocinha


Foto: Ana Paula Campello

Passarela em São Conrado que substituiu a anterior (em reforma). Não foram poucas as reclamações de moradores que escorregavam nela, feita com o piso de madeira. Agora, no improviso para acimentá-la, sobrou um espaço muito pequeno para as pessoas transitarem. Na foto, o transtorno dos moradores da Rocinha ao passarem por ela. Que além de muito extensa e escorregadia , estava dividida está dividida, a solução é seguir "espremido".

Instituto Reação


Foto: Dany Luna

Em 2003, o medalhista olímpico no judô,Flávio Canto,criou o Instituto Reação. Além da prática de esportes, outras atividades:passeios culturais, atendimento fisioterapêutico, aulas de inglês e reforço escolar, fazem do instituto uma referência.
Os alunos não são apenas da nossa comunidade, crianças e jovens de outros locais como Cidade de Deus e Pequena Cruazada aprendem os ensinamentos do judô."

Os "gatos" da Rocinha


Foto: Ana Paula Campello

Praia de São Conrado ou a Praia do "Oi"

A praia de São Conrado, principalmente da primeira até a terceira rampa, se tornou um grande referencial de lazer para os moradores da nossa comunidade.

Ela é um grande exemplo da junção de tribos da Rocinha que passam pelos jogadores de futvôlei, as crianças se esbaldando na piscina natural à beira mar, as mulheres "saradas" e os solteirões de plantão, até os religiosos que se deixam levar pelo prazer de um banho de mar e os amantes da cervejinha, churrasco e jogo de cartas - sempre os últimos a deixarem a praia.


São famílias e famílias reunidas e as atividades praticadas neste espaço tão querido, se estendem à noite. Pescaria, corridas na areia, andadas no calçadão, malhação pela extensão da orla.... tudo que garante bem-estar e alegria ao povo rociense. Sem a praia ninguém seria tão alegre....




Fotos: Robson Melo

Lá vai o trabalhador...

Foto: Bruno Mesquita

Lá vai o trabalhador com sua madeira nas costas, o que será que ele pensa?
Quem será que ele é?
Mais um que teve a oportunidade de ganhar o pão de cada dia
e agora trabalha para alimentar sua família.
No final da labuta, será que ele frequenta algum barzinho da Rocinha, para tomar um gole de aguardente?
Ou será que ele volta pra esposa e diz estar contente?
Este, é como milhares... exemplo de luta, de coragem.
á vai o trabalhador, seguindo sua atividade.

Chico Mota - o poeta da Rocinha



Francisco Mota, o penúltimo dentro de uma família de treze irmãos tem muita história pra contar. O seu "Chico Mota"como é conhecido, carrega o sangue artístico desde pequeno, pois teve o pai, repentista e violeiro, para lhe apresentar importantes estilos musicais, referências que o ajudaram em sua bagagem musical como cantor.


Na Paraíba ele trabalhava de matuto, mais conhecido como tropeiro - ou seja, o famoso pião. Na entrevista, Chico Mota não expressa nenhuma tristeza em lembrar de seu passado, pelo contrário, a alegria sempre está presente em suas frases.

Nascido no ano de 1943, em Fagundes – Paraíba. O nordestino com sangue de artista chegou no Rio de Janeiro com vinte e dois anos. " Eu vim do norte solteiro e fui buscar uma esposa lá em 69. Só casei com ela por que fingi ser da igreja", relembra sorrindo.

Iludido com o modismo que dominava a capital, Chico se acomodou primeiramente no ' largo de São Conrado', e relembra: " Ali (apontando para o Largo) não tinha àgua, não tinha luz. Pra gente ver a praia, tinha que abrir o capim". O primeiro emprego foi de garçom em um restaurante na Gávea, com o qual conseguiu comprar seu barraco (com ratos, ele diz) na Rocinha. Chico logo percebeu que a vida no Rio de Janeiro não era um mar de rosas: " Eu vim iludido pelos outros. O bom é que deu certo", afirma.












Foi a música que o inspirou a batalhar por seus sonhos e sem pestanejar, Chico resolveu arriscar em busca de um objetivo. Em uma noite (quase de madrugada) , ele saiu à procura de seus músicos preferidos: " Em 75, eu escutava o programa de rádio de Aldezon Alves, eu saí de madrugada e fui até a rádio globo... lá conheci Alceu Valença e Jackson do Pandeiro", diz.

Jackson do Pandeiro, grande músico reconhecido, passou a ser um amigo de Chico, com o qual trabalhou durante anos. "Ele gravou umas músicas minhas e fiquei com ele até sua morte", relembra Chico Mota que chegou a gravar até com o grande mestre do forró, Gonzagão.

Uma grande alegria do cantor foi visitar o museu de Jackson do Pandeiro, em Alagoa Grande - Paraíba (veja matéria sobre o assunto). Chico Mota viu algumas fotos dele com o artista e ficou muito emocionado. Reconhecido por alguns presentes no momento, deu entrevista ao secretário de cultura do município e se sentiu retribuído. " Quando a gente quer alguma coisa com perseverança, a gente consegue", afirma Chico.

Atualmente Chico faz a alegria dos moradores da Rocinha e São Conrado vendendo doces, mas a música continua em seu dia-a-dia. O próximo passo é gravar um cd de "côco" e forró - os ritmos que ama. Para nós, alunos e moradores da Rocinha, foi um grande prazer saber mais um pouco deste artista que tanto tem a acrescentar em nossas vidas.



Fotos: Fausto Ferreira e Mano Messias
Texto: Mano Messias, Fausto Ferreira e Landa Araújo.