quinta-feira, 14 de maio de 2009

Chico Mota - o poeta da Rocinha



Francisco Mota, o penúltimo dentro de uma família de treze irmãos tem muita história pra contar. O seu "Chico Mota"como é conhecido, carrega o sangue artístico desde pequeno, pois teve o pai, repentista e violeiro, para lhe apresentar importantes estilos musicais, referências que o ajudaram em sua bagagem musical como cantor.


Na Paraíba ele trabalhava de matuto, mais conhecido como tropeiro - ou seja, o famoso pião. Na entrevista, Chico Mota não expressa nenhuma tristeza em lembrar de seu passado, pelo contrário, a alegria sempre está presente em suas frases.

Nascido no ano de 1943, em Fagundes – Paraíba. O nordestino com sangue de artista chegou no Rio de Janeiro com vinte e dois anos. " Eu vim do norte solteiro e fui buscar uma esposa lá em 69. Só casei com ela por que fingi ser da igreja", relembra sorrindo.

Iludido com o modismo que dominava a capital, Chico se acomodou primeiramente no ' largo de São Conrado', e relembra: " Ali (apontando para o Largo) não tinha àgua, não tinha luz. Pra gente ver a praia, tinha que abrir o capim". O primeiro emprego foi de garçom em um restaurante na Gávea, com o qual conseguiu comprar seu barraco (com ratos, ele diz) na Rocinha. Chico logo percebeu que a vida no Rio de Janeiro não era um mar de rosas: " Eu vim iludido pelos outros. O bom é que deu certo", afirma.












Foi a música que o inspirou a batalhar por seus sonhos e sem pestanejar, Chico resolveu arriscar em busca de um objetivo. Em uma noite (quase de madrugada) , ele saiu à procura de seus músicos preferidos: " Em 75, eu escutava o programa de rádio de Aldezon Alves, eu saí de madrugada e fui até a rádio globo... lá conheci Alceu Valença e Jackson do Pandeiro", diz.

Jackson do Pandeiro, grande músico reconhecido, passou a ser um amigo de Chico, com o qual trabalhou durante anos. "Ele gravou umas músicas minhas e fiquei com ele até sua morte", relembra Chico Mota que chegou a gravar até com o grande mestre do forró, Gonzagão.

Uma grande alegria do cantor foi visitar o museu de Jackson do Pandeiro, em Alagoa Grande - Paraíba (veja matéria sobre o assunto). Chico Mota viu algumas fotos dele com o artista e ficou muito emocionado. Reconhecido por alguns presentes no momento, deu entrevista ao secretário de cultura do município e se sentiu retribuído. " Quando a gente quer alguma coisa com perseverança, a gente consegue", afirma Chico.

Atualmente Chico faz a alegria dos moradores da Rocinha e São Conrado vendendo doces, mas a música continua em seu dia-a-dia. O próximo passo é gravar um cd de "côco" e forró - os ritmos que ama. Para nós, alunos e moradores da Rocinha, foi um grande prazer saber mais um pouco deste artista que tanto tem a acrescentar em nossas vidas.



Fotos: Fausto Ferreira e Mano Messias
Texto: Mano Messias, Fausto Ferreira e Landa Araújo.

6 comentários:

  1. Agora sim...nossa...o blog bombou!!!
    Hehehe
    Muito bacana a reportagem...parabéns a todos!

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  2. Este homem merece uma opotunidade no mundo da musica, pois tem talento.

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  3. Pois é nosso querido Chico Mota se foi....agora só tem mais um dos irmãos e tb é poeta. Dia 5 de junho de 2011 ficará marcada na cidade de Caicó..Parte de sua história se foi. Vá com Deus Chico Mota. JuGi13 / SP

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